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quarta-feira, 30 de julho de 2008

"Tele-vida"

Em nosso sistema solar apenas um pequeno planeta possui vida. Qualquer alteração orbital deste planeta ou se qualquer corpo com massa um pouco mais significativa colidir com o planeta, a vida em pouco tempo pode ser destruída por completo. Isso nos faz perceber como a vida é frágil.
Se nosso planeta não estivesse posicionado onde está, nem tão perto e nem tão longe do Sol, não possuísse uma combinação de elementos químicos tal e uma temperatura favorável, a vida de certo não existiria. Isso nos faz perceber como a vida é rara.
A combinação de tantos elementos decisivos para que houvesse vida é racionalmente duvidoso se levarmos em conta que foi concebida pelo acaso ou de maneira randômica. Isso nos faz perceber que não existe como Deus não existir.
Vejo pessoas incendiando florestas, derrubando árvores e caçando animais por prazer. Vejo pessoas matando outras pessoas, se destruindo aos poucos e se matando. Vejo pessoas passando fome e sem esperança e também vejo pessoas que podem ajudar-las, mas preferem não encarar a realidade e se omitem.
Como podemos cuidar tão mal de algo tão frágil e raro que nos foi dado por Deus?
A vida não existe apenas para ser vivida, se fosse assim não precisaríamos sequer raciocinar. Mas se temos vida, temos uma razão de viver, e cada pessoa escolhe a sua e a prioriza em sua vida. Logo, se alguém passa sua vida tentando enriquecer, a razão de sua vida é o dinheiro. E se alguém passa a vida se drogando, a razão de seu viver são os entorpecentes. E se alguém passa a vida em frente à televisão, sua razão de viver é um pedaço de plástico e vidro.
Reclamamos muito do nosso país, da nossa cidade, da injustiça, violência e desigualdade. Mas o que vejo é um povo conformado, que não se levanta do sofá, e que não desliga a televisão, vivendo uma “tele-vida” medíocre e reclamando de tudo e todos.
É muito fácil reclamar e culpar os políticos, mas quero ver quem se candidata para fazer algo mais do que reclamar. Os políticos são apenas um reflexo da sociedade da qual se originam. Se os políticos são corruptos e hipócritas é por que a sociedade é corrompida e demagoga. Não adianta mudar o governo se o povo continua o mesmo.
A vida não foi feita para que cada um cuide da sua, mas para que todos nos cuidemos mutuamente. Afinal vivemos em sociedade e enquanto não pararmos de nos preocupar somente com nós mesmo e começarmos a nos preocupar com os outros, nossa sociedade continuará sem vida.
Se existe vida em sua vida, tente usa-la para algo além de benefício próprio. A vida passa tão velozmente levando a juventude consigo. No fim só restarão cinzas e todos voltarão ao pó. As pessoas que um dia conhecemos, também passarão, e nem mesmo nossa memória sobreviverá. E seremos nada na Terra, apenas alguém da qual não existe registro, nem saudade, nem citação. A única coisa que deixaremos será nosso legado, que será transmitido de geração á geração, e que será o único vestígio de que um dia existimos.
E qual será nosso legado? Destruir a natureza sem preocupação? Não valorizar nada e ninguém além de si mesmo? Perder a família para ganhar dinheiro? Não ver seu próprio filho crescer para poder fazer hora extra?
O nosso legado condiz com nossa razão de viver. Quais são as suas prioridades? Qual é a sua razão de viver?
Nosso país sempre continuará sendo aquele país emergente e medíocre de sempre se não mudarmos nossas prioridades. Não se pode inovar e crescer fazendo as mesmas coisas que nossos pais faziam ou pior. È preciso viver algo além de nosso sistema socioeconômico, pois, ter como meta estudar para entrar em uma boa faculdade, entrar em uma boa faculdade para conseguir um bom emprego, ter um bom emprego para poder ganhar bem e ganhar bem para poder comprar o que se quer não é nada mais que o mínimo necessário para fazer parte da sociedade capitalista. E depois de ter um bom emprego e ganhar bem, será que você estará feliz?
Somente quando encararmos a realidade de que somos todos iguais e que todos somos nada além de pó, matéria orgânica, poeira cósmica aglomerada que contem vida, é que passaremos a valorizar a vida que há em nós e em cada ser.
Morra sua “tele-vida” e desligue a televisão, talvez alguém precise de sua atenção mais do que este aparelho.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A gaiola

Se a paixão escolhesse alvo
Seria menos difícil
Mas ninguém dela está salvo
Nem de cima do edifício

Vivia livre e voava
Pela praça fazia ninho
Mas sabia que faltava
Alguma espécie de carinho

Cantava a mais linda canção
De mais triste melodia
Em seu peito solidão
Na janela alegria

Queria libertá-la
Penas rubras e bico fino
E dali levá-la
Sem rumo e sem destino

Ela nem o conhecia
Nem ao menos imaginava
Que além da sala vazia
Alguém lá fora a esperava

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Já é tarde

Já é tarde...

Quero voltar a dormir
Deixar o que passou pra trás
Passar o dia a sorrir
E viver sempre em paz

Já é tarde...

E quando acordar
Saber que pensa em mim
E que tudo que passou
Foi um sonho ruim

E o seu abraço
Laço que quero me prender
Pra não sair do seu lado
Pra nunca mais te perder

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O copo com água

Ele estava meio tonto, tinha acabado de acordar, andava pesadamente procurando em que se apoiar até chegar à cozinha.
Sim, ela ainda estava em sua mente, lembrança do sonho recente. Com um copo com água tentava afogar a saudades e quem sabe submergir a ponte que os separava. Bebia vagarosamente. O silêncio era quebrado pelo ensurdecedor barulho do relógio na parede de azulejos brancos lisos.
O copo não esvaziava, os ponteiros do relógio avançavam rapidamente, cada gole era como um mar de pensamentos. Questionava a razão entre poder e querer, entre sair correndo no meio da noite usando roupas de dormir simplesmente para vê-la ou apenas acabar o copo com água.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Talvez

Quando não se sabe mais o que é real e o que não é. Quando tudo o que você soube que existiu pode ter sido apenas imaginação. Quando tudo que se sente pode ser uma farsa para todos menos para si.
Antonio se deparava com talvez a única pergunta na qual não soubesse responder. Possuidor de conceitos e crenças aptas a responder a maioria das questões existenciais, sofria por não achar razão na dor que sentia.
Afinal, por que não nos apaixonamos por quem se apaixona por nós? Por que sempre tendemos a nos apaixonar por quem nem se importa conosco?
-E agora? Qual o próximo passo?- Indagava em sussurros inaudíveis.
Por mais que pensasse não conseguia chegar a lugar algum. Estava dividido, parte queria desistir de tudo, parte achava que valeria a pena o esforço, pois, se há razão no destino deve haver um motivo para amá-la.
Pensou em tentar esquece-la, mas ao lembrar de seu rosto, dos momentos que passaram juntos, do jeito de como ela arrumava o cabelo, das suas idéias, das risadas, das reflexões, parecia que um aperto no coração fazia o amor voltar mais forte. E quanto mais forte o amor voltava, mais se intensificava a dor da falta de reciprocidade.
E quando o cálice do pranto transborda, basta apenas cicatrizar-se em lágrimas, e esperar, talvez o choro dure apenas uma noite.
Imaginou-se viajando, largando tudo para traz, quem sabe começar do zero. Essa era sua vontade, sumir do mapa por um tempo, conhecer novas pessoas, novos ares, pensamentos e costumes. Mas como partir e deixar metade de si? Pois Antonio era metade ela. Metade de seu pensamento era ela, metade do que fazia tinha de alguma maneira a ver com ela.
Achava-se tolo por acreditar em algo que talvez nunca venha a acontecer, por manter esperança talvez vã, e por sempre estar cercado do “talvez”. Lembrou de tudo que deixou de fazer por ela, de todos aqueles velhos hábitos que abandonou por ela.
Sua única certeza era que preferia mil vezes ser odiado por sua amada do que viver pensando que talvez ela o ame. Melhor a certeza do desprezo do que a duvida da aceitação.
Enquanto enxugava o rosto molhado, a saudades do abraço pendurado, do olhar cruzado e das unhas cintilantes acrescentou-se ao cálice. Na verdade não importava muito o que ela sentia, se era recíproco ou não, estar com ela superava as dúvidas, simplesmente as ofuscava. Sabia que era melhor a dor de estar ao lado dela, do que a dor de não ouvir sequer sua voz. Voz que podia ao menos dizer que não. E assim a noite ia, talvez a alegria viesse no amanhecer.

O sorriso de Francisco

O frio que queima os ossos, o aroma fétido do bueiro, a fome que parece como traças consumindo o ventre de dentro para fora, os trapos que se decompõe na carne, a sujeira que encarde a dignidade. Ainda não é pior que a dor da indiferença.
Francisco imaginava a vida como uma fumaça que na brisa navegava em valsa. Questiona-se se alguém se recordaria dele, se sentiria sua falta, se lembraria seu nome, ou se ao menos acharia estranho aquele pedacinho da praça vazio.
Pessoas que vem e vão, fingem que não reparam. Um lindo cachorrinho que acabara de sair do petshop desfilando com sua roupinha nova, perfuma o ar, e com seu jeito infantil de filhote arranca um sorriso de Francisco.
Do outro lado da praça, uma senhora de cabelos grisalhos e blusa de seda vermelha e azul, alimentava os pombos com pequenos pedaços de pães que sobraram do café da manhã. O jeito como as pombas disputavam o alimento de alguma maneira arrancaram outro sorriso de Francisco. As migalhas misturavam-se com as folhas que caiam das copas. Admirava a poesia dançante das folhas que iam com o vento, e assim sorrindo, com as folhas foi levado pelo vento.